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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Costumo dizer que tenho dias, tenho momentos melhores do que outros. É normal todos nós termos dias ou momentos em que estamos em melhor forma do que outros. Em que a nossa cabeça, espírito, ânimo, paciência ou qualquer outra coisa que lhe queiram chamar, esteja mais presente.
Às vezes “fervo em pouca” água, como se costuma dizer. Posso dizer que a paciência não é das minhas características mais fortes, embora faça um esforço para esticar a minha “corda mental”, nem sempre consigo tanto como desejaria. Por essa razão (e por outras) às vezes excedo-me um pouco nas minha reações com os filhos. Por vezes sai um “NÃO” quando nem sequer ouvi bem a pergunta e afinal nem havia razão para aquela resposta ou então grito mais do que queria ou seria aconselhável! Acontece...
Mas também tenho aquelas alturas em que sei de certeza que estou a fazer bem esta coisa da maternidade. Porquê? Porque os meus “bons momentos” são em muito maior número do que os “maus momentos”. E para mim, enquanto assim continuar a ser, tudo vai continuar bem. Além disso, quando sei que me excedo nas respostas, no volume da voz ou em qualquer outra atitude tento sempre voltar atrás e corrigir. Admitir o meu erro e pedir desculpa, se for caso disso e tentar repará-lo.
Quando falo em “bons momentos” não falo em nada de grandioso ou dispendioso. Falo de momentos que ficam na memória; falo de parar e ouvir, dar atenção, mesmo às coisas que nos parecem mais insignificantes; falo de um olhar, um sorriso cúmplice no momento certo; falo de ver um filme os quatro debaixo de uma manta no sofá numa tarde chuvosa; falo de uma tarde de fazer biscoitos a 8 mãos; falo de “só mais uma abracinho”; falo de jogar só mais uma vez porque ainda temos tempo antes de ir para a cama; ou falo de contar um história debaixo do edredão “para eu dormir melhor”.
Estes são só alguns exemplos de bons momentos que podemos fazer juntos e que tenho a certeza são estes que vão ficar gravados nas suas memórias e, sobretudo, nos seus corações
Não é um mau momento que te torna uma má mãe. É a sucessão de bons momentos que te tornam uma mãe melhor! Li isto algures e acreditem que pesquisei muito pelo facebook para encontrar essa citação, mas não consegui. Talvez nem seja bem assim, mas a ideia geral é esta e eu não poderia estar mais de acordo com ela!
Foi um daqueles fins de dia... chovia torrencialmente e o trânsito estava infernal. Quando finalmente chegamos a casa as crianças estavam excitadíssimas, eu com os nervos em franja e já eram horas das rotinas do fim do dia. Claro que, no estado em que já estávamos todos, houve uns gritos a mais do que é costume ou desejável.
Já despachados dos banhos, jantar, etc. costuma haver tempo para uma história antes de deitar. Calha uma vez a cada um dos filhos o direito de escolha. De vez em quando o Pai ou eu reclamamos para nós esse direito, como aconteceu nesse dia: ”Hoje escolho eu a história!”
Fui à prateleira dos livros e chamou-me a atenção um livro pequenino de lombada laranja que já não era lido há muito tempo. O título era “Quando a Mãe Grita”. OK, universo; eu ouvi-te...
É um livro pequeno de tamanho, mas enorme de conteúdo. Fala sobre uma Mãe Pinguim que grita com o seu Filho Pinguim e este fica desfeito. No fim da história a Mãe Pinguim vai com linha, agulha e amor unir todos os bocados do filho que tinha ficado desfeito.
Não sou perfeita, não tenho paciência ilimitada nem tolerância infinita. Tenho dias e momentos, uns melhores do que outros. Por isso, de vez em quando lá em casa a Mãe grita. Não considero ser um dos meus meus melhores momentos como Mãe, nem dos métodos mais eficazes Mas, QUANDO A MÃE GRITA, faço por ir buscar a minha linha, agulha, paciência e amor para recompor os meus “pinguins” lá de casa.