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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Não é segredo nenhum que adoro livros infantis! Gosto as ilustrações, daquilo que podem representar, dos lugares onde nos levam, das histórias que nos contam e do que fica para nós imaginarmos...Para nós lá em casa os livros infantis nunca são demais! Por isso e por quase não ter espaço nas estantes para mais livros evito as Fnac, Bertrand, Bulhosa e outras que tais. Mas no que toca a feiras do livro, não consigo resistir! Tantos livros com tantos descontos é demasiado bom para não aproveitar!
Foi numa visita a uma feira que descobri este livro “O DIA EM QUE OS LÁPIS DE CERA DESISTIRAM”! O título é delicioso e asilustrações fantásticas de tão simples que são. Quando o comecei a folhear depressa percebi que o livro além de divertido tinha uma das melhores histórias: um conjunto de lápis decidiu escrever uma carta ao seu dono porque estavam cansados de desenhar sempre as mesmas coisas. O azul estava farto de pintar oceanos, lagos e rios, o verde farto de pintar de pintar crocodilos, dinossauros e e rãs, o vermelho já não queria pintar mais carros de bombeiros e assim até passar por todos os lápis da caixa.
A solução que o Duarte, o dono dos lápis, arranja para não ter que deixar de pintar e fazer os seus lápis felizes é um pouco previsível mas nem por isso deixa de ser importante... para miúdos e graúdos
“Mãe, lembras-te do Rei da Escusa?” perguntou a filha no outro dia. “Claro que me lembro!” respondi eu. Então não me havia de lembrar?... o Rei da Escusa foi o amigo imaginário da minha filha quando ela tinha cerca de 3 ou 4 anos!
Ele foi hóspede em nossa casa durante algum tempo (já não sei precisar quanto tempo) e aparecia nas mais diversas situações. Aparecia para brincar com ela, aparecia, às vezes de surpresa, para fazer alguma refeição lá em casa. Outras vezes aparecia com aviso prévio e a filha pedia “posso pôr um lugar na mesa para o Rei da Escusa?”. O Rei da Escusa foi muitas vezes tema de conversa durante esse tempo, com a filha a contar as suas histórias e aventuras. De vez em quando até púnhamos um lugar à mesa para lhe fazer a vontade ou mudávamos de lugar no sofá para não nos sentarmos ao colo do Rei! Mas confesso que às vezes respondia “filha, sabes que o Rei da Escusa só existe na tua imaginação, não sabes?” Não pretendia destruir os seus sonhos de criança, acabar com o poder da imaginação nem foi a falta de paciência para pôr mais um lugar na mesa. Apenas achava necessário chamá-la à razão e não a deixar levar demasiado longe a dicotomia imaginação / realidade.
Penso que durante a sua visita, o Rei da Escusa fez o seu papel no crescimento da minha filha, no desenvolvimento das suas emoções e criatividade e a ajudou a expressar medos, alegrias, inquietudes e desejos. Mas, tão naturalmente como entrou nas nossas vidas, o Rei da Escusa acabou por sair. Foi sendo gradual e naturalmente esquecido com o passar do tempo...
Já há alguns anos que optámos por mandar comida de casa para a escola. Desta forma conseguimos ter melhor noção do que eles comem em termos de quantidade e de qualidade, além de que conseguimos reduzir um pouco os custos no orçamento familiar. Nem sempre é fácil porque queremos variar o mais possível, manter uma alimentação saudável (sem fundamentalismos mas com algum controle) e ainda respeitar os gostos dos dois!
Sou apenas uma Mãe (como tantas outras) que se preocupa com a alimentação. Por isso fui tentar aprender um pouco mais sobre este assunto, recolher informação e tirar algumas ideias. Não sou nutricionista, nem chef de cozinha, nem tenho nenhuma formação nestas áreas.
Deixo aqui uma pequena lista de ideias para as lancheiras. Sei que existem muitas outras, mas esta funcionam cá em casa e pode ser que vos ajudem a vocês também, por isso vou partilhar:
Lanche da manhã
Palitos de cenoura; mistura de frutos secos; fruta; mix de cereais tipo muesly (sem leite, só para petiscar); um queque ou umas bolachinhas caseiras.
Almoço
Comida aquecida no dia seguinte não tem que saber necessariamente a requentado. Evito os grelhados (isso, sim fica ressequido). Por exemplo, em vez de grelhar bifes de frango ou de peru, corto-os em tiras e salteio com legumes no wok. Em vez de peixe grelhado na chapa faço no forno. Faço muitos pratos no forno, estufados na panela de pressão (não precisam de gordura). Faço aproveitamentos tais como: o polvo à lagareiro transforma-se em salada de polvo (cozo legumes e batatas cortadas aos cubos, junto ovo cozido e o polvo também cortado); o peixe assado no forno que sobrou do jantar junto uma massa cozida e legumes vários também cozidos salteio tudo no wok; a carne assada que sobra corto aos bocadinhos e passa a fazer parte de uma carbonara (sem natas). E por aí em diante... É só usar a imaginação.
Lanche da tarde
Esta refeição é a minha maior dificuldade, pois não há muito por onde variar! Cereais, waffles (já fiz um post sobre eles no facebook), uma fatia de bolo caseiro (no máximo uma vez por semana). Ás vezes faço pão caseiro e vou variando o recheio (ver post 3... 2... 1... descolagem); Quando o pão é de compra embalo à parte queijo ou fiambre para poderem guardar no frigorifico e porem no pão só na hora do lanche.
Há alguma dicas que também gostaria de vos deixar: A fruta está sempre lavada ou arranjada, pronta a consumir (assim não há desculpas para não a comerem); tento ter atenção às quantidades: nem a mais para não estragar comida nem a menos para não os deixar com fome e terem que procurar outros petiscos; de vez em quando mandar um miminho (mesmo que não seja muito saudável) para não ficarem sempre a desejar o lanche dos outros; quando mando leite ou sumo ponho em copos de plástico com tampa, pois assim evito comprar pacotes individuais que ficam mais caros; as bolachas afins embalados individualmente são mais caros. Por isso compro embalagens maiores e ponho eu em caixas; apostar nas comidas caseiras (bolachas, queques, pão) é mais saudável e mais barato; utilizar açúcar amarelo e farinha integral. Quando cozinhamos o jantar, fazemos mais quantidade. Depois é só colocar em caixas de vidro com doses individuais e congelar. Desta forma não têm que levar sempre os restos do jantar do dia anterior; faço massa de scones e congelo já moldados. No dia anterior é só levar ao forno para cozer e temos scones para o lanche do dia seguinte (já agora aproveitamos um dia que vamos cozinhar alguma coisa no forno e fazemos dois em um!); tenho sempre em casa pão congelado. Assim é só descongelar no dia anterior e temos sempre pão fresco!
Como vêem, basta um bocadinho de organização e imaginação e tudo se faz!
Como mãe de duas crianças conheço alguma programação do Canal Panda ao Disney Channel, passando pelo Disney Junior. Conheço das séries mais infantis às mais juvenis. Por isso quando no outro dia o meu filho me falou no “oto automático” do Ryder, eu pus o meu dicionário filhos / mãe a funcionar e percebi que ele falava do desenho animado da Patrulha Pata e estava-se a referir ao piloto automático do Ryder. Apressei-me a corrigi-lo e disse do alto da minha sabedoria de adulto: “não é oto automático; é pi-lo-to automático”. Silêncio...
A resposta não tardou e chegou em forma de pergunta: “eu é que mando na minha imaginação, não é?” respondi que sim, claro. “Então na minha imaginação eu posso dizer oto automático; eu é que mando”
E não é que tem razão! Porque é que tive logo o instinto de condicionar a imaginação. De dizer que não é assim, é assado. Claro que não vivemos no mundo da fantasia e as coisas não são todas como queremos ou feitas à nossa medida. Mas, se não for na infância, quando vai ter muitas mais oportunidades viver a imaginação e o faz de conta? É saudável e desejável que tenha capacidade de imaginar, criar, brincar ao faz de conta, sem estar sempre a ser censurado ou corrigido. Claro que é importante não perder a noção da realidade. Deve saber que se diz piloto automático mas pode querer dizer “oto automático”. Desde que perceba a diferença e saiba distinguir a realidade da imaginação.
“Mãe? Quando for adulto posso-me lembrar da minha imaginação?” Silêncio... outra vez (desta vez foi meu). E a resposta chegou com alguma emoção “Sim, filho. Nunca te esqueças da tua imaginação, especialmente quando fores adulto!”