Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Não é que eu seja grande conhecedora de provérbios, mas há uns bem sábios e intemporais. Este encaixa que nem uma luva na situação de que eu vos queria falar hoje: água mole em pedra dura… tanto dá até que fura.
Temos cá em casa dois filhos com um feitio às vezes não muito fácil. Não é que os filhos sejam selvagens ou malcriados, mas são crianças que sabem o que querem e sabem ainda melhor demonstrá-lo (não me entendam mal: ao mesmo tempo são um amor de menina e menino). Dizem que a genética também tem aqui um papel fundamental, mas essa conversa fica para outra altura e vamos ao que interessa hoje.
Tenho dias em que me sinto, e chego a expressá-lo em voz alta, como um autêntico papagaio! Digo as mesmas coisas vezes sem conta e parece que ninguém me ouve: “Come de boca fechada”, “tira os cotovelos da mesa”, “quando chegas a qualquer lado cumprimenta as pessoas, nem que seja ‘bom dia’” (não sou apologista de obrigar a dar beijinhos a toda a gente), “já agradeceste?”… e por aí fora. Sei que estes comportamentos são aprendidos maioritariamente através do exemplo dos pais, mas às vezes é preciso reforçar.
Se há alturas em que ando cheia de força e não me escapa uma situação, há outras em que só me apetece baixar os braços e desistir a pensar “não vale a pena, eles nunca aprendem!”. Aí entra o pai que reforça a educação ou o conselho e não me deixa desistir. Também acontece ao contrário, porque o casamento é mesmo assim, ir dando diariamente força um ao outro, mesmo quando parece que nada adianta.
Apesar de todos os exemplos, de todos os reforços e de todas as explicações, o filho mais novo (diga-se em abono da verdade que estas situações são mais frequentes com ele do que com a filha) às vezes ainda se esconde entre as nossas pernas e se recusa a cumprimentar ou então amarra o burro e não quer agradecer ou faz simplesmente o contrário daquilo que lhe dizemos para fazer. Nessas alturas suspiro para me encher de paciência e lá vou eu ou o pai tentar resolver a situação da melhor forma possível.
No outro dia, ao sair de uma festa de aniversário de um amigo dissemos ao filho para se ir despedir dos pais e do amigo e agradecer. E ele foi… e disse “adeus e obrigado”! Eu e o pai trocámos um olhar cúmplice e orgulhoso do nosso trabalho e lá saímos os quatro da festa, todos contentes a conversar sobre como correu em vez da habitual conversa de como é importante sermos educados…
Depois desta conversa toda, queria vos deixar algumas ideias que ficaram aqui a pairar na minha cabeça. A primeira é que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Se formos persistentes e consistentes na educação que damos aos nossos filhos, ela fica lá. Apesar de às vezes parecer que não nos ouvem, pode até não ser verdade. Por isso, o importante é não desistir e fazer uma frente unida, ou seja pai e mãe têm que fazer passar as mesmas regras, atitudes e comportamentos. A segunda é que se podemos deixar alguma coisa realmente importante nesta vida para os nossos filhos é uma boa educação e formação (e não me refiro só à escolar), dar-lhes valores cívicos, morais e éticos. Essas vão ser as suas melhores ferramentas para a vida.