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Que duas palavras tão grandes e tão chatas para uma leitura que se quer cada vez mais rápida e descontraída! Mas tenham paciência… hoje deu-me para falar disto. “Mas porquê?!” perguntam e eu respondo: há uns dias fui contactada por uma pessoa de família para a ajudar num trabalho da faculdade sobre este tema. Combinámos a entrevista para daí a uns dias e enquanto não chegou o dia andei com o tema às voltas na minha cabeça, ciente do peso da responsabilidade! Pensei, puxei pela minha cabeça… mas o que havia eu de dizer sobre o tema? Sendo da área da educação há tantos anos e mãe de dois filhos certamente hei de ter muita coisa a dizer sobre o assunto!

Como é um assunto tão vasto e com tantos “caminhos” possíveis, o que me apetece reflectir é o seguinte: educação e cidadania não se ensinam, transmitem-se, educam-se, mostram-se através do exemplo. Não se aprendem, descobrem-se, assimilam-se, sobretudo através do exemplo.

O que parece tão simples temos tendência a complicar! Por muitos discursos que faça, por muitos livros de leia aos filhos sobre o tema ou por muito que e que e que… se nós como pais, família, escola, comunidade educativa e sociedade em geral não dermos o exemplo, não serve de nada. De cada vez que dizemos “não sei onde vai parar esta geração” e pararmos para pensar, podemos ver claramente que vai para onde nós os estamos a encaminhar; vai percorrer o único caminho que nós lhes estamos a mostrar.

Antes de sermos “rápidos no gatilho” a acusar esta geração, crianças, adolescentes e jovens, devemos olhar bem para nós próprios e pensar bem nos nossos comportamentos. Da próxima vez que levarmos as crianças a qualquer lado, desde o estádio de futebol, à escola ou ao parque a brincar devemos pensar bem na forma como agimos e nas coisas que dizemos. Por sermos nós a mostrar o caminho às futuras gerações, já agora era bom ter um pouco mais de cuidado!

Por isso, espero que te tenha ajudado no teu trabalho da faculdade e aproveito para te agradecer a oportunidade de reflectir sobre este tema. Sabes, é que às vezes ando um pouco distraída e é sempre bom quando temos oportunidade de desacelerar um bocadinho e reflectir sobre as questões realmente importantes!

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Não é que eu seja grande conhecedora de provérbios, mas há uns bem sábios e intemporais. Este encaixa que nem uma luva na situação de que eu vos queria falar hoje: água mole em pedra dura… tanto dá até que fura.

Temos cá em casa dois filhos com um feitio às vezes não muito fácil. Não é que os filhos sejam selvagens ou malcriados, mas são crianças que sabem o que querem e sabem ainda melhor demonstrá-lo (não me entendam mal: ao mesmo tempo são um amor de menina e menino). Dizem que a genética também tem aqui um papel fundamental, mas essa conversa fica para outra altura e vamos ao que interessa hoje.

Tenho dias em que me sinto, e chego a expressá-lo em voz alta, como um autêntico papagaio! Digo as mesmas coisas vezes sem conta e parece que ninguém me ouve: “Come de boca fechada”, “tira os cotovelos da mesa”, “quando chegas a qualquer lado cumprimenta as pessoas, nem que seja ‘bom dia’” (não sou apologista de obrigar a dar beijinhos a toda a gente), “já agradeceste?”… e por aí fora. Sei que estes comportamentos são aprendidos maioritariamente através do exemplo dos pais, mas às vezes é preciso reforçar.

Se há alturas em que ando cheia de força e não me escapa uma situação, há outras em que só me apetece baixar os braços e desistir a pensar “não vale a pena, eles nunca aprendem!”. Aí entra o pai que reforça a educação ou o conselho e não me deixa desistir. Também acontece ao contrário, porque o casamento é mesmo assim, ir dando diariamente força um ao outro, mesmo quando parece que nada adianta.

Apesar de todos os exemplos, de todos os reforços e de todas as explicações, o filho mais novo (diga-se em abono da verdade que estas situações são mais frequentes com ele do que com a filha) às vezes ainda se esconde entre as nossas pernas e se recusa a cumprimentar ou então amarra o burro e não quer agradecer ou faz simplesmente o contrário daquilo que lhe dizemos para fazer. Nessas alturas suspiro para me encher de paciência e lá vou eu ou o pai tentar resolver a situação da melhor forma possível.

No outro dia, ao sair de uma festa de aniversário de um amigo dissemos ao filho para se ir despedir dos pais e do amigo e agradecer. E ele foi…  e disse “adeus e obrigado”! Eu e o pai trocámos um olhar cúmplice e orgulhoso do nosso trabalho e lá saímos os quatro da festa, todos contentes a conversar sobre como correu em vez da habitual conversa de como é importante sermos educados…

Depois desta conversa toda, queria vos deixar algumas ideias que ficaram aqui a pairar na minha cabeça. A primeira é que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Se formos persistentes e consistentes na educação que damos aos nossos filhos, ela fica lá. Apesar de às vezes parecer que não nos ouvem, pode até não ser verdade. Por isso, o importante é não desistir e fazer uma frente unida, ou seja pai e mãe têm que fazer passar as mesmas regras, atitudes e comportamentos. A segunda é que se podemos deixar alguma coisa realmente importante nesta vida para os nossos filhos é uma boa educação e formação (e não me refiro só à escolar), dar-lhes valores cívicos, morais e éticos. Essas vão ser as suas melhores ferramentas para a vida.

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Este é um provérbio que ouço desde os meus tempos de faculdade. Historicamente a educação de uma criança sempre foi uma tarefa coletiva. Com o passar do tempo, e apesar das alterações da sociedade, continuamos (na maioria dos casos) a poder e dever contar com a ajuda da família nucl20161023_155200~2.jpgear ou alargada, dos amigos, vizinhos, conhecidos, comunidade escolar e tudo o mais que possa surgir.  Nem sempre é preciso nós, mães ou pais, sabermos e conseguirmos dar conta do recado sozinhos.

Apesar destas ajudas serem fundamentais, hoje queria refletir um pouco sobre as ajudas mais formais de técnicos: psicólogos, terapeutas das diversas áreas, ou outros. Estes são profissionais que trabalham creches, jardins de infância, escolas ou em centros educativos, etc. São eles que nos podem ajudar a nós, pais, em certos aspetos do desenvolvimento dos filhos quando estes ultrapassam as nossas competências e até as dos educadores e professores.

No nosso caso tivemos de recorrer à ajuda de uma terapeuta da fala para a filha, há alguns anos. Quando decidimos a levar a filha a uma avaliação de terapia da fala, por indicação da educadora e suspeita nossa, surgiu-me algum sentimento de culpa, de estar a falhar em algum aspeto da sua educação. Só depois de muita reflexão é que me ocorreu: como pais não estamos  a falhar, antes pelo contrário. Estamos a resolver uma situação que surgiu e que não é da nossa competência resolver sozinhos. E por isso procurámos ajuda especializada e foi o que fizemos de melhor. Hoje em dia a filha tem uma articulação das palavras corretas e teve uma aprendizagem da leitura e da escrita sem problemas.

Mais recentemente também detetamos alguns problemas no filho a nível da articulação das palavras e também ele está a ser acompanhado por uma terapeuta da fala... sem conflitos interiores e com muito mais serenidade para aceitar que podemos e devemos contar com todas as ajudas possíveis, sejam elas mais ou menos formais.

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