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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
“Mãe, lembras-te do Rei da Escusa?” perguntou a filha no outro dia. “Claro que me lembro!” respondi eu. Então não me havia de lembrar?... o Rei da Escusa foi o amigo imaginário da minha filha quando ela tinha cerca de 3 ou 4 anos!
Ele foi hóspede em nossa casa durante algum tempo (já não sei precisar quanto tempo) e aparecia nas mais diversas situações. Aparecia para brincar com ela, aparecia, às vezes de surpresa, para fazer alguma refeição lá em casa. Outras vezes aparecia com aviso prévio e a filha pedia “posso pôr um lugar na mesa para o Rei da Escusa?”. O Rei da Escusa foi muitas vezes tema de conversa durante esse tempo, com a filha a contar as suas histórias e aventuras. De vez em quando até púnhamos um lugar à mesa para lhe fazer a vontade ou mudávamos de lugar no sofá para não nos sentarmos ao colo do Rei! Mas confesso que às vezes respondia “filha, sabes que o Rei da Escusa só existe na tua imaginação, não sabes?” Não pretendia destruir os seus sonhos de criança, acabar com o poder da imaginação nem foi a falta de paciência para pôr mais um lugar na mesa. Apenas achava necessário chamá-la à razão e não a deixar levar demasiado longe a dicotomia imaginação / realidade.
Penso que durante a sua visita, o Rei da Escusa fez o seu papel no crescimento da minha filha, no desenvolvimento das suas emoções e criatividade e a ajudou a expressar medos, alegrias, inquietudes e desejos. Mas, tão naturalmente como entrou nas nossas vidas, o Rei da Escusa acabou por sair. Foi sendo gradual e naturalmente esquecido com o passar do tempo...