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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Para quem me vai seguindo aqui pelo blog sabe a minha paixão por, entre outras coisas, livros infantis. Por isso hoje trago-vos mais um: a árvore generosa.
Este é daqueles livros para miúdos e graúdos. Quando tomei conhecimento dele comprei duas cópias! Dei uma ao meus pais em jeito de agradecimento e de reconhecimento pela forma como educaram os seus três filhos e a outra cópia fiquei com ela em casa para ler aos nossos filhos e para nos relembrar a todos que tipo de parentalidade queremos praticar.
Passo a explicar. Este livro começa assim “era uma vez uma árvore que amava um menino”. Esta árvore e este menino tinham uma relação especial que se foi transformando e evoluindo à medida que o tempo passava e o menino crescia. A árvore esteve sempre presente para o menino. Quando ele era criança utilizou os seus ramos para baloiçar, depois vendeu as suas maçãs para ter dinheiro, mais tarde pediu a a madeira para fazer uma casa para a sua família e por aí em diante. O tempo foi passando e a árvore foi ajudando o menino, entretanto transformado em homem, a ser feliz. De cada vez que o menino ficava feliz, a árvore também era feliz. No fim o menino, já velho, só queria um lugar sossegado para se sentar e descansar. E a árvore, já só um toco, pode-lhe dar exatamente isso. E ficaram os dois felizes...
É isso mesmo que quero representar para os nosso filhos. Quero ser a árvore generosa, sempre disponível para os ajudar e quero ficar feliz por eles estarem felizes. É tão simples como isto... o complicado é fazer!
Este é um provérbio que ouço desde os meus tempos de faculdade. Historicamente a educação de uma criança sempre foi uma tarefa coletiva. Com o passar do tempo, e apesar das alterações da sociedade, continuamos (na maioria dos casos) a poder e dever contar com a ajuda da família nuclear ou alargada, dos amigos, vizinhos, conhecidos, comunidade escolar e tudo o mais que possa surgir. Nem sempre é preciso nós, mães ou pais, sabermos e conseguirmos dar conta do recado sozinhos.
Apesar destas ajudas serem fundamentais, hoje queria refletir um pouco sobre as ajudas mais formais de técnicos: psicólogos, terapeutas das diversas áreas, ou outros. Estes são profissionais que trabalham creches, jardins de infância, escolas ou em centros educativos, etc. São eles que nos podem ajudar a nós, pais, em certos aspetos do desenvolvimento dos filhos quando estes ultrapassam as nossas competências e até as dos educadores e professores.
No nosso caso tivemos de recorrer à ajuda de uma terapeuta da fala para a filha, há alguns anos. Quando decidimos a levar a filha a uma avaliação de terapia da fala, por indicação da educadora e suspeita nossa, surgiu-me algum sentimento de culpa, de estar a falhar em algum aspeto da sua educação. Só depois de muita reflexão é que me ocorreu: como pais não estamos a falhar, antes pelo contrário. Estamos a resolver uma situação que surgiu e que não é da nossa competência resolver sozinhos. E por isso procurámos ajuda especializada e foi o que fizemos de melhor. Hoje em dia a filha tem uma articulação das palavras corretas e teve uma aprendizagem da leitura e da escrita sem problemas.
Mais recentemente também detetamos alguns problemas no filho a nível da articulação das palavras e também ele está a ser acompanhado por uma terapeuta da fala... sem conflitos interiores e com muito mais serenidade para aceitar que podemos e devemos contar com todas as ajudas possíveis, sejam elas mais ou menos formais.