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As regras estão presentes no nosso dia a dia, na vida familiar, escolar, no trânsito e na sociedade em geral. Para mim faz-me sentido haver regras, acho que são a base estruturante das nossas vidas, balizam comportamentos, ajudam a definir limites, como tal, também são importantes nas vidas das crianças. Regras bem definidas, claras, mas sem exageros.

regras, sim... mas também para os adultos.pngMas hoje não é de regras para as crianças que vos vim aqui escrever. Nós, como adultos que impomos as regras às crianças, esquecemos-nos muitas vezes de as cumprir. Coisas tão básicas como pedir à criança que não nos interrompa quando estamos a falar, mas interrompemo-las constantemente sem darmos conta. Não deixar comer doces entre as refeições mas nós petiscamos alguma coisa sempre que entramos na cozinha! Estes são só dois exemplos muito simples mas que ilustram bem o que quero dizer e podia ocupar páginas e páginas disto, mas não me vou alongar.

Eu costumo dizer que há um tempo e sitio para tudo. Um tempo para brincar e outro estar quieto, para falar alto e gritar, cantar ou dançar e outros em que precisamos de silêncio. Esta conversa hoje porquê? Porque recentemente abracei um novo projecto profissional que me permite trabalhar na maioria das vezes a partir de casa. O que é óptimo, porque não tenho horários, posso trabalhar em casa o que dá jeito para cumprir o meu objectivo de acompanhar mais os meus filhos. Mas, ao mesmo tempo, é péssimo porque não tenho horários, porque o portátil está sempre ali à mão de semear e posso sempre responder a um e-mail ou escrever só mais uma ideia que acabei de ter. Por isso impus a mim própria regras e horários de trabalho que tento cumprir escrupulosamente e tenho conseguido… na maioria das vezes.

São regras simples mas que me permitem ficar verdadeiramente mais perto dos meus filhos, amigos, família. Por exemplo: há horas sagradas como a das refeições, do estudo, de fazer um puzzle ou a meio de um jogo em que fico em modo de “morri para o mundo exterior”. Quando vou buscar os filhos à escola, o telemóvel fica no carro! O computador fica guardado na pasta fora das “horas de trabalho” para que não haja tentações de o abrir e por aí em diante.

Por isso, como vêem as regras não são importantes e necessárias só para as crianças. Além de que se nós, os adultos, não soubermos cumprir regras como é que alguma vez as podemos incutir às crianças?

 

 

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No outro dia tive um encontro imediato com a seguinte citação: “E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?” (José Saramago, A Maior Flor do Mundo). Comecei automaticamente a fazer associações na minha cabeça e lembrei-me das fábulas para crianças (composições literárias, mais conhecidas como histórias, normalmente curtas e escritas em prosa ou em verso, as suas personagens são animais que têm características humanas, estão muito presentes na literatura infantil e normalmente têm um carácter educativo ou uma moral). Estas sim deviam ser lidas e relidas pelos adultos!

Lembrei-me em particular de uma fábula deEsopo (escritor da Grécia antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares mas de quem não se sabe muito da sua vida) chamada O Menino, O Velho e o Burro:

Era uma vez um homem que tinha um filho e um burro. Decidiram viajar e conhecer o mundo. Assim, foram os dois e o seu burro. Ao passar pela primeira povoação todos comentaram: “Vejam que menino mal educado; em cima do burro e o pobre pai, a puxar as rédeas.” Então o homem pensou: Vou deixar que as pessoas falem mal do meu filho? E resolveu tirar o menino para subir ele a cavalo no burro. Ao o menino, o velho e o burro.jpgpassar pela segunda povoação todos comentavam: “Pobre filho que vai a pé já cansado e o pai muito confortável no burro!” Decidiram então em ir os dois a cavalo no burro e começaram novamente sua peregrinação. Ao chegarem à povoação seguinte, todos comentavam : “São mesmo umas bestas, será que não vêm que podem fazer mal ao pobre animal!” Por último, decidiram descer os dois e andarem ao lado do burro. Mas, ao passarem pela povoação seguinte, ouviram dizer : “Vejam só estes dois: a andar quando têm um burro que os poderia levar...

Como vêem, faças tu o que fizeres há sempre alguém que vai comentar, criticar, opinar e fazer muito melhor. Por isso, faças tu o que fizeres, segue o teu coração e o teu instinto... O que tu pensas, fazes e decides só  tem que servir para ti e para os teus... não para os outros.

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