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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Desde há muito tempo que parte ou a totalidade das nossas férias de verão são passadas no mesmo sitio. E uma das características dessa zona é haver um ou dois dias de chuva em pleno verão! Por isso deixamos a praia de lado e dedicamos-nos a outros programas.
Numas dessas férias de verão em que a filha mais velha tinha cerca de 3 ou 4 anos fomos pela primeira vez com ela visitar o Palácio Nacional de Mafra. Ela adorou ver a “a casa de férias dos reis”. Viveu e compreendeu a experiência à sua maneira, de acordo com a sua idade e respetiva capacidade de entendimento. Com o passar dos anos começou a ser tradição ir passear ao palácio nos dias de chuva das férias.
Dito desta forma, parece um pouco monótono fazer todos os anos a mesma coisa, mas nunca o foi. Isto porque de ano para ano a filha ia crescendo e ganhando outra capacidade de entendimento. A cada visita reparava num pormenor novo, percebia melhor alguma da história do palácio, quem mandou construir, porquê, com que dinheiro. As perguntas iam surgindo e as nossas respostas sendo adaptadas à sua idade e entendimento. Até que no ano passado, por iniciativa própria, foi pesquisar na Internet factos e curiosidades sobre o palácio antes da nossa visita anual. No fim decidiu fazer uma apresentação para os colegas da escola sobre este monumento que lhe desperta tanto interesse, sobretudo a biblioteca.
Desde que o filho mais novo nasceu que tem vindo connosco fazer a visita dos dias de chuva de verão. Das primeiras vezes que foi era muito pequeno. No ano passado, ainda pequeno já teve noção de algumas coisas, mas o que lhe despertou verdadeiro interesse foi a sala da caça! Este ano sinto que pela primeira vez o filho mais novo viu o palácio com “olhos de ver”. Teve muito mais capacidade de atenção e observação e até fez perguntas sobre algumas coisas. Aí entrou a irmã que respondeu com muito entusiasmo e sabedoria às perguntas. O filho, muito espantado ia perguntando “é assim, mãe e pai?”.
A nossa visita já ia quase no fim e confesso que estávamos um pouco mais barulhentos do que era suposto num sitio destes, mas levar duas crianças a um museu tem destas coisas! Quando um casal mais velho se aproxima de nós e, em vez de criticar o barulho da nossa conversa ou o entusiasmo com que o filho mais novo queria ver tudo, disseram: “é assim mesmo; de pequenino é que se começa a apreciar a cultura!”
Obrigada ao casal simpático que reconheceu que as crianças também podem e devem frequentar estes sítios. Obrigada por perceber que por falarem um pouco mais alto ou por quererem ver tudo, as crianças não se estão a portar mal. Obrigada por saberem que as crianças num museu nem sempre atrapalham. Obrigada por não se sentirem incomodados pela presença de crianças num museu, mas antes apreciarem o facto de eles irem.