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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Este fim-de-semana estivemos a tirar a árvore de Natal. Voltámos a arrumar tudo no sítio a encher a caixa dos enfeites, fechá-la e arrumá-la até para o ano. E foi assim que encerrámos mais uma vivência das nossas vidas. A questão é que para voltar a preencher os espaços vazios deixados pelas decorações de natal decidimos abrir um (mini) baú onde guardamos velas, bases, pot pourri, taças e afins. E por isso os filhos viraram decoradores de interiores a fazer arranjos para os diferentes cantos da casa (ficaram lindos, mas é só a opinião de uma mãe babada!)
Não sou nenhuma Martha Stewart da decoração de interiores, mas gosto de viver numa casa arranjadinha e bonita. Mas, por outro lado, não gosto de viver (e gosto ainda menos que os filhos sintam que vivem) num museu em que nada está pensado nem preparado para eles. Na sala há um canto com livros, alguns dos jogos, cartas e “tesouros” deles. Nos quartos tentámos pensar a disposição e a decoração para e com eles, na medida do possível.
Isto tudo para vos dizer que a nossa casa não é apenas um conjunto de paredes para nos abrigar. É o local onde vivemos o nosso dia-a-dia, onde somos uma família. E para nos sentirmos EM CASA verdadeiramente ela tem que estar adaptada ao nosso estilo de vida e gosto. Por isso gostamos que os filhos participem na decoração da casa, gostamos de ter coisas feitas por eles. O que quer dizer que não temos uma casa digna de estar nas revistas de decoração e temos muitas vezes brinquedos, sapatos e outros objectos em sítios que não são supostos estar. Mas também quer dizer que os meus filhos sentem que esta é nossa casa, o nosso sítio especial onde sabemos que nos sentimos sempre bem.
Já diziam os Xutos e Pontapés: As saudades que eu já tinha / Da minha alegre casinha / Tão modesta quanto eu…
Hoje escrevo com um misto de sentimentos. Durante estas últimas duas semanas estive de férias de natal com os filhos (numa delas o pai também estava... yeah!). Fizemos imensas coisas, como tiveram oportunidade de ver se foram acompanhando o nosso calendário do advento, tivemos momentos mais divertidos e outros menos fáceis, como deve acontecer com todas as famílias.
Tive dias em que só pensava "ainda bem que esta minha mudança de vida me permite ficar com os filhos de férias e aproveitar" e tive outros que pensei "se se continuam a portar assim amanhã vou pô-los à escola!". Enfim... o balanço final acabou por ser positivo e valeu bem a pena, como vale sempre ou isto de ter filhos não fazia sentido.
No entanto, e aqui é que entram os sentimentos mistos, hoje estou contente por eles terem voltado à escola, às suas actividades e rotinas diária e de eu ter oportunidade de retomar as minhas actividades profissionais que estiveram quase paradas, excepto nos momentos em que compensava a trabalhar à noite para de dia estar totalmente disponível para os filhos. Também fiquei contente de ver que os filhos iam bem para a escola, sem birras ou fitas, o que quer dizer que também para eles é bom estar de volta à sua actividade.
Mas a verdade é que quando estou com eles às vezes tenho vontade de os mandar de volta para a escola (ou às vezes até Marte!) e quando estão na escola às vezes tenho vontade de os deixar dormir até mais tarde e acordarem só para um sem número de actividades e brincadeiras que não envolvem de todo a escola ou qualquer outra obrigação ou horário!
Mas penso que o meu amor aos meus filhos é isso mesmo: sempre incondicional mas nem sempre compreensível.