Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
Já dizia o outro: “Voltei, voltei. Voltei de lá. Ainda ontem estava em França e agora já estoucá…” E assim também estou eu: VOLTEI! Se bem que não estive em França, nem em nenhum outro sítio e também não fui de férias. Andei só um pouco perdida por aí. Deixei-me perder neste final de ano lectivo. Deixei-me levar primeiro pelas rotinas rígidas do ano lectivo, depois pela falta delas (como é característico nesta altura do ano cá por casa); deixei-me levar pela minha radical mudança de vida e suas implicações; deixei-me levar por uma gastroenterite sem qualquer gravidade, mas muito chata (não há coisa pior do que ouvir os filhos a chorar de dores e não poder fazer absolutamente nada por eles!); deixei-me levar por circunstâncias da vida e coisas menos boas que inevitavelmente acontecem à nossa volta; deixei-me levar por tudo e por nada.
É o que acontece quando achamos que somos super-heróis qual Batman ou Super-homem (as referências a super-heróis cá em casa são sempre masculinos, pois para o meu filho só esses contam verdadeiramente!). Quando entro em modo zás, trás pás e já está. Com uma mão e metade do meu cérebro estou enviar um mail com o trabalho da pós-graduação que tenho que ser entregue nesse dia sem falta, enquanto espero o pó tira nódoas actuar para tirar a mancha de tinta castanha da camisola de ginástica que o filho precisa para o dia seguinte e pelo canto do olho ainda consigo espreitar a filha mais velha enquanto me pede para a ver a treinar o seu solo de hip-hop!
PÁRA TUDO!!! Relaxa, respira e racionaliza. Não sou um super-herói nem a mulher dos sete ofícios, mas também não é suposto ser. Sou mãe, mulher, filha, irmã, amiga, profissional (a ordem é arbitrária) mas acima de tudo sou humana. E tenho que perceber que o mundo não pára de girar de cada vez que eu preciso de desacelerar um pouco.
É engraçado como algumas coisas são cíclicas para mim e penso que para a maior parte das pessoas! Em Setembro, no início do ano lectivo escrevi aqui exactamente sobre isto: com muita calma e descontracção. E agora, passados nove meses cá estou eu outra vez na mesma. Mas o importante é saber perceber quando estou a entrar nesta espiral de ansiedade e não me deixar ser sugada por ela!
Por isso (e como uma pessoa me ensinou) é preciso respirar, relaxar e racionalizar! Inspira… expira… inspira… expira…
Se não os podes vencer, junta-te a eles! Confesso que este provérbio se aplicou na perfeição esta semana cá por casa. Finalmente cedemos e comprei dois fidget spinner. Sim, dois porque se é para ceder então que seja em grande e que não provoque discussões desnecessárias, por isso comprei um para cada filho!
Tento ensinar os filhos para não irem com a multidão e pensarem com a sua própria cabeça. Mas o facto é que da mesma forma que eles não têm que ser iguais aos outros, também não têm que ser sempre “os diferentes”. Além de que se as modas pegam é por alguma razão e os meus filhos não são imunes as elas. Já passámos pelo flipping (quando atiravam garrafas de água para caírem de pé), pelas miniaturas, peluches e diversas colecções de supermercado, pelo “deb” (esticar um braço enquanto o outro fica dobrado encostado à testa, como forma de celebração de alguma vitória), e até o “chispas” (algo que dizem quando dois falam ao mesmo tempo para impedir o outro de falar). Claro que há modas com mais expressão do que outras ou modas que implicam gastos de dinheiro. Cá em casa optámos por escolher as nossas batalhas e não aderimos a todas as que envolveram gastos monetários!
É nosso papel enquanto pais não os deixar ser escravos de cada moda nova que aparece! Mas, também não quero que os meus filhos sejam “os diferentes” que nunca têm nada, que fiquem de fora das brincadeiras, das conversas ou das trocas de cartas, pois tudo isto são aprendizagens e momentos de socialização importantes para o seu crescimento.
No entanto surge-me sempre a questão: onde traçar a linha entre o não seguir cegamente a multidão e o serem sempre os diferentes. Há que saber fazer escolhas. E, se há modas giras e até educativas como a colecção de cartas dos animais, há outras que na minha opinião não interessam nada, mas que até são inofensivas. Hoje foram os fidget spinner… sobre a próxima moda logo decido quando lá chegar!