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Ando já há uns tempos com esta frase no fundo da minha cabeça. Já nem me lembro exactamente como era, mas a ideia é mais ou menos assim: “quem não está presente acaba por ser esquecido”. Isto ficou a fazer eco dentro de mim e deixou-me a pensar no assunto… Só ao fim de alguns dias é que me apercebi porque esta frase particularmente, que nem sei onde a li, me incomodou tanto. É que cá em casa o pai viaja muito por motivos profissionais. Isso faz com que esteja muito tempo fora de casa. Mas por estar menos presente fisicamente, não quer dizer que esteja menos presente emocionalmente. Nestes casos as novas tecnologias até trabalham a nosso favor. Entre mensagens de whatsapp, fotografias e vídeos partilhados e videochamdas, temos de tudo para todos os gostos!

O pai liga no mínimo duas vezes ao dia para falar com os filhos. A filha mais velha pega no telemóvel como se fosse dela (continua a sonhar com um telemóvel só para ti, filha!) e troca mensagens com o pai. O filho faz poses ou põe brinquedos, desenhos etc, à frente do meu nariz a dizer “tira uma foto e manda para o pai!”.

O pai, mesmo estando às vezes longe, consegue estar sempre em cima do acontecimento. Não é nada de extraordinário nem de difícil. E a questão está mesmo aí! Não é preciso muito para estarmos ligados emocional e afectivamente, mesmo quando estamos longe! E aqui as novas tecnologias podem dar uma pequena grande ajuda! E, além disso, quando o pai está em casa está verdadeiramente presente.

Agora descubro porque aquela frase me incomodou tanto. Porque quem está longe não precisa nem deve ser esquecido. Quem está longe pode muito bem estar perto… mesmo que não seja em presença física!

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Quem me vai seguindo por aqui sabe que uma das minhas paixões é cozinhar! Adoro descobrir e experimentar pratos novos e diferentes. Quem diz pratos, diz sobremesas, tudo…  Tenho imensas receitas, algumas antigas de família, outras que vou descobrindo pela net. Também adoro partilhar receitas e dou a toda a gente que me pede e não escondo nada. Mas tenho muita dificuldade em seguir uma receita do princípio ao fim, à risca. Altero sempre uma quantidade, acrescento ou retiro um ingrediente. Adapto aos gostos e necessidades cá de casa.

No fundo, vivo a minha vida como cozinho! Estranho? Não! Leiam com atenção! Quando estamos grávidas ou com um bebé acabado de nascer temos tendência a ler muitos livros sobre o tema e, mais recentemente a procura-la na internet (quando a minha filha mais velha nasceu ainda não havia este boom de informação sobre parentalidade na net). Muitas pessoas vêem ter connosco cheias de boas intenções com conselhos e dicas. Não sei se vos aconteceu, mas eu às vezes parecia que tinha a cabeça a explodir com tanta informação sobre o que tinha que fazer, como e quando! E logo eu com uma licenciatura em educação de infância a alguns anos de experiência profissional na área!

Como já disse anteriormente, gosto sempre de dar um toque pessoal às receitas de culinária. Na educação e na parentalidade passa-se o mesmo. Tenho muita formação ligada ao tema, gosto de ler e de me actualizar sobre o assunto, mas depois dou sempre o meu toque pessoal. Isto porque as dicas e conselhos dos amigos e família são apenas isso e por terem servido para eles não quer dizer que sirvam para mim. Os autores de livros sobre o tema e a informação que lemos na Internet é escrita para um vasto público, para ninguém em específico. Como tal, pode servir para algumas pessoas, mas nunca para todas pois cada família é única e individual nas suas características e cada criança é uma criança.

Ao passar os olhos pelofacebook e afins vejo imensosposts a dar ordens: tens que fazer assim, tens que brincar todos os dias, tens que fazer comida saudável, tens que saber como foi o dia, tens que contar história da noite, fora tudo o resto que tens parafazer… é esgotante chegar a todo o lado. Além disso, se não temos cuidado passamos a ser robots automatizados a fazer tudo como mandam as receitas dos livros e dos entendidos no assunto e perdemos o impulso natural e o instinto. É claro que é bom ter informação, estar preparado, mas também é preciso ler as coisas com um “filtro” e perceber o que se adapta a nós e ao estilo de parentalidade que queremos praticar e o que não se adapta.

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Se educarmos com naturalidade e alguma espontaneidade temos menos hipóteses de que a coisa corra mal do que se tentarmos fazer tudo o que no mandam e estivermos sempre preocupados em preencher todos os requisitos para ser um bom pai ou mãe. Se hoje não correr tudo bem… amanhã correrá melhor! Um dia de cada vez com amor, carinho, muito bom senso, espontaneidade e uma grande dose de paciência!

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Quiquiriqui

06.02.17

Acho este nome tão engraçado… quiquiriqui! No jardim de infância do filho estão a dinamizar um projecto para quiquiriqui.jpgos pais irem à biblioteca contar uma história. Claro que já lá fui e levei comigo o Quiquiriqui… é um livro adorável que conta a história de um pintainho que pede à mãe que lhe faça um bolo para o lanche. A mãe diz logo que sim, mas que não tem lenha para pôr no forno e por isso pede ao quiquiriqui que vá apanha-la à floresta. Quando o pintainho está na floresta encontra o gato pelado, que mia três vezes por cada bocado, e que o quer comer. Depois de chegarem a um acordo, o gato promete não comer o pintainho se este lhe der metade do bolo. Para saberem o que acontece depois têm que ler o livro, mas posso garantir que é assustador!...

Eu adoro contar histórias e já contei esta mais do que uma vez a grupos de crianças de jardim de infância. Normalmente corre sempre muito bem, mas há sempre umas quantas caras assustadas e outros tantos a agarrar as pernas ou a mão do adulto. Acho muito engraçado mas, sobretudo, importante. Além de todas as outras aprendizagens e experiências que um livro pode trazer às crianças, aquela sobre a que eu quero falar hoje é a possibilidade que dão para experimentar sentimentos.

No seu dia a dia as crianças vivenciam muitos e diferentes sentimentos. Às vezes não conseguem os conseguem perceber ou não sabem como lidar com eles. Além disso, falar de sentimentos com as crianças nem sempre é fácil porque geralmente os adultos não sabem ou não querem falar sobre isso e as crianças muitas vezes não têm maturidade emocional para o fazer. Por isso é importante que as crianças possam vivenciar e experimentar estes sentimentos fora da realidade para depois poder transpor para a realidade. Para isso há poucas situações mais seguras do que um livro.

O livro infantil oferece à criança a oportunidade de conhecer ou reconhecer sentimentos, aprender a actuar sobre eles e com eles. As crianças percebem que não estão sozinhos, que não são os únicos a sentir-se assim e que há formas de lidar de com o que sentem.

Por isso não deixem de contar histórias de todos os tipos e não “saltem” as partes assustadoras pois são normalmente as mais esperadas e igualmente importantes. Além do mais, se a criança já conhece a história e perceber que o adulto “saltou” uma parte, como vão explicar porque o fizeram?...

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