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As aventuras de uma família de 4 pessoas que na maior parte da vezes têm energia a mais e tempo a menos! “Há tempo para tudo, tem que haver. É o que tu dizes sempre, Mãe...”
No outro dia fui levar os filhos à escola (como, aliás vou muitas vezes!) e, ao sair de casa disse para os filhos (como digo muitas vezes!) “a mãe não é burro de carga... uma ajudinha, por favor”. Cada um faz a sua parte no que toca a carregar as coisas para a escola tendo em conta o seu tamanho e idade (e acreditem que não são poucas coisas). Ao estacionar ao pé da escola reparei que muitas mães levavam com elas as lancheiras dos filhos, as mochilas, os sacos de ginástica, os brinquedos e algumas até levavam os próprios filhos ao colo!
A mãe não é burro de carga. Se começarmos desde pequeninos a habituar os filhos a levar a sua própria mochila ou os seus objetos (dentro dos limites do razoável, como é claro) eles aprendem desde logo a importância da cooperação e da interajuda, tornam-se mais responsáveis pelos seu objetos, mais autónomos, mais confiantes e participam em pequenas ações do dia a dia, não se limitando a ser meros observadores.
Se forem para a escola (ou para outro lado qualquer) pelo seu próprio pé em vez de andar sempre ao colo ou no carrinho aprendem a andar na rua, começam a ter noção das regras de trânsito e de segurança na rua, tornam-se mais autónomos e confiantes.
Claro que a autonomia tem um preço. Neste caso o preço é o tempo que se dispende e todos sabemos que de manhã não há tempo a perder. Por isso vão aproveitem para treinar à tarde quando os vão buscar ou ao fim de semana. Vão ver que num instante já os filhos vão pelo seu próprio pé para a escola e com a sua mochila às costas! E tanto eles como vocês vão ficar muito orgulhosos de estarem tão crescidos.
Não é segredo nenhum que adoro livros infantis! Gosto as ilustrações, daquilo que podem representar, dos lugares onde nos levam, das histórias que nos contam e do que fica para nós imaginarmos...Para nós lá em casa os livros infantis nunca são demais! Por isso e por quase não ter espaço nas estantes para mais livros evito as Fnac, Bertrand, Bulhosa e outras que tais. Mas no que toca a feiras do livro, não consigo resistir! Tantos livros com tantos descontos é demasiado bom para não aproveitar!
Foi numa visita a uma feira que descobri este livro “O DIA EM QUE OS LÁPIS DE CERA DESISTIRAM”! O título é delicioso e asilustrações fantásticas de tão simples que são. Quando o comecei a folhear depressa percebi que o livro além de divertido tinha uma das melhores histórias: um conjunto de lápis decidiu escrever uma carta ao seu dono porque estavam cansados de desenhar sempre as mesmas coisas. O azul estava farto de pintar oceanos, lagos e rios, o verde farto de pintar de pintar crocodilos, dinossauros e e rãs, o vermelho já não queria pintar mais carros de bombeiros e assim até passar por todos os lápis da caixa.
A solução que o Duarte, o dono dos lápis, arranja para não ter que deixar de pintar e fazer os seus lápis felizes é um pouco previsível mas nem por isso deixa de ser importante... para miúdos e graúdos
Este fim das férias e regresso às aulas / trabalho não tem sido fácil. Não sei o que se passou comigo, mas ainda me estou a tentar organizar e voltar à rotina com tudo o que isso implica. Os horários, a escola, as lancheiras, as viagens de trabalho do marido e o meu regresso ao trabalho depois de um mês de férias apanharam-me desprevenida, ainda não estava preparada!
Tenho a certeza que li quase todos os posts sobre o regresso às aulas que encontrei na Internet de forma a preparar melhor este momento para todos lá em casa. Tentei seguir à risca as dicas e ideias que davam. Por isso dei po mim assoberbada de coisas para fazer, stressada com a minha falta de organização e, ainda por cima, preocupada por não conseguir seguir à risca todas as dicas “infalíveis” para um regresso às aulas feliz.
É claro que o meu estado de espírito não estava nos seu melhores dias e isso passou para os filhos. Eles ansiosos e nervosos q.b. pelo seu próprio regresso às aulas e, por isso, também com os ânimos exaltados. Para ajudar ainda mais o marido começou o mês de setembro com novos projetos profissionais que trouxeram seus próprios desafios!
PÁRA TUDO!!! COM MUITA CALMA E DESCONTRAÇÃO VAMOS TODOS TIRAR UM MOMENTO, RESPIRAR FUNDO...
Tenho que parar de tentar seguir todas as dicas que parecem trazer um regresso às aulas feliz a toda a gente, menos lá em casa; tenho que deixar de tentar controlar o que não pode ser controlado e voltar à rotina mais lenta e gradualmente; tenho que deixar de querer chegar a tudo a toda a hora... tenho que levar tudo com muito mais calma.
Se nós adultos estivermos calmos e serenos, os filhos também estarão. Por isso agora com (mais uma vez) muita calma e descontração é que comecei a ver as coisas de outra forma e a agir de outra forma. Agora já posso ter um regresso às aulas / trabalho descansado e feliz. Agora sim...
Este post ja anda para ser escrito há algum tempo. Andei com ele no pensamento alguns dias, escrevi e apaguei várias vezes. Finalmente, ainda com mais dúvidas do que certezas, consegui acabá-lo.
Há alguns dias a nossa casa foi assaltada. Não estávamos em casa e todos os mecanismos funcionaram como deve de ser por isso foi mais a chatice do que o prejuízo! Tenho tido alguma dificuldade em digerir o que aconteceu. Não me larga a sensação de vulnerabilidade, de impunidade, de invasão de privacidade. Mas a minha dificuldade maior tem sido explicar isto aos filhos.
Por um lado temos uma filha com uma imaginação hiper fértil e uma propensão para o drama e por outro temos um filho mais novo que adora piratas, lutas e monstros mas que ás vezes se deixa levar pela imaginação e tem tendência a confundir realidade com a fantasia. Por isso também eles têm tido dificuldade em perceber toda esta situação.
Por isso, como é que eu explico? Como é que eu explico que estamos seguros? Como é que eu explico que apesar de ter dito tantas vezes que na nossa casa só entram as pessoas que nós convidamos, entraram ladrões? Como é que eu explico que não entram monstros cá em casa? Como é que eu explico que nos aconteceu o que só costumamos ouvir falar em histórias? Como é que eu explico quando me perguntam “porque é que há pessoas más?”...
Agora é hora de arrumar tudo de volta nos lugares e regressar à nossa vida. É hora de continuarmos a viver com segurança (tanta quanto possível), sem nos deixarmos vencer pelo medo...